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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

E se...

Existem certas decisões na vida que não adianta você pensar sobre suas conseqüências. Ou você se permite vivê-las e senti-las, ou jamais poderá compreendê-las. Normalmente, tais decisões são existenciais, e dizem respeito à sua vida profissional, espiritual, afetiva, ou familiar. Não estou falando de pequenas e simplórias decisões, como que roupa comprar, ou filme assistir. Estou falando das que implicam em mudanças significativas de vida ou na vida, como: aceito o emprego?; peço demissão?; faço uma nova faculdade?; largo a faculdade atual?; começo o namoro?; acabo o namoro?; permaneço na cidade?; aceito a promoção e parto para outra cidade?, e por aí vai. 
Não são poucas as vezes que vamos empurrando dilemas pessoais com a barriga na esperança de resolvê-los na mente, somente pensado, elucubrando. Ilusão! Se você não os viver, irá eternamente ser atormentado pela terrível pergunta: e se eu tivesse feito isso? Por muito tempo não quis crer nessa verdade, mas é certo que estamos muito mais propensos a nos arrependermos do que não fizemos do que das decisões que tomamos. É certo que nem toda decisão será acertada. Mas pior decisão será não tomar qualquer decisão, não se permitindo a chance de se constatar que você estava certo ou errado. Se você fizer isso, transformará sua vida num eterno “E SE...”: Se eu tivesse entrado naquela faculdade... se eu tivesse assumido aquele emprego... se eu tivesse casado com aquela pessoa...  
Na grande maioria das vezes, vivemos atormentados pelo fantasma do “E SE...” simplesmente por termos medo de que, tomando a decisão que ansiamos, estejamos errados e quebremos a cara. Vivemos com a idéia de que jamais teremos tempo suficiente na vida para darmos a volta por cima, caso estejamos errados na decisão que tomamos, que seremos eternamente infelizes. Sim, é fato que, às vezes, certas decisões podem significar a não possibilidade de volta, de retomada. Mas sempre haverá a possibilidade de recomeço. Sim, é certo que podemos não ter tempo suficiente de vida para recomeçarmos. Mas entre viver eternamente o conflito de um dilema, e a paz resultante de uma resposta alcançada, mesmo que a resposta não seja a que você esperava, digo-lhe que é preferível se permitir a chance de viver a resposta, e afugentar o fantasma do “E SE...”. 
Muitos também vivem esse tormento mental e emocional, porque têm medo de dar o passo necessário para viver a realidade que irá responder a grande pergunta que existe em seu coração. Perguntas do coração não podem ser respondidas pela mente, mas pelos sentimentos. E Salomão nos ensina que "O sentimento sadio é vida para o corpo" (Pv 14:30). Já disse e reafirmo: Não se sente no imaginário. Sentimos no contato, nas vivências. Assim, faz-se necessário viver a realidade que irá trazer a resposta ao seu dilema. Portanto, não existe possibilidade de responder o dilema sem dar um passo adiante, sem um movimento de partida. E toda partida implica em um deixar. Pois bem, muitos temem partir por não quererem deixar. Impossível, inconciliável. Toda partida implica num deixar. Isso causa medo? SIM! E é isso que faz com que muitos não tomem a decisão. Aí, preferem a dúvida, o dilema, o conflito, o fantasma do “E SE...”. 
O interessante é que depois que tomamos a decisão, depois que aceitamos o partir, e o intrínseco deixar, muitas vezes, acabamos por constatar que não era tão difícil assim, nem que as conseqüências são tão desastrosas quanto imaginávamos. É como superar o medo de vencer algum desafio, seja ele de altura ou velocidade, físico ou intelectual. Depois que o supera, você se sente forte, preparado e vitorioso por ter dado o passo, mesmo que ao final não encontre o que esperava, ou encontre o que não esperava. O fato é que você deu o passo e se sente aliviado por não ter deixado que o fantasma do “E SE” lhe atormentasse. 
Mas cuidado. Seja prudente. Sempre que possível, deixe a porta de volta aberta. Desde o início, admita ao outro, se existir um outro nessa decisão, que você está sujeito a reconhecer que pode estar errado. Não deixe espaço para a mágoa, para o ressentimento, para o desrespeito e indiferença. Valorize o outro, mesmo que a decisão seja deixá-lo. Por exemplo: se for partir para um novo emprego, terá que deixar o atual. O novo pode não ser tão bom quanto você imaginava, e talvez você queira voltar. Portanto, antes de ir, converse com seu superior e explique suas razões. Explique seus medos também, e seu possível reconhecimento do erro pela decisão tomada. Em síntese, pergunte se existe possibilidade de você voltar, caso se frustre. Isso não significa dizer que ele concordará. Mas você pelo menos abriu a possibilidade.  
Outro exemplo, não envolvendo um outro: se você for deixar uma faculdade, para trabalhar ou iniciar outra, não deixe de vez. Tranque a matrícula e inicie o trabalho ou a nova faculdade. Quem lhe garante que não exista a possibilidade de volta. Por outro lado, se você descobrir que é esse mesmo o caminho que deseja seguir, não terá perdido nada por ter prudentemente deixado o caminho de volta pavimentado. A mesma coisa vale para uma nova cidade, ou uma promoção dentro da empresa. Deixe, sempre que possível, as portas abertas. 
O fato é que é inadmissível você conviver eternamente com o remorso do passado, atormentado pelo “E SE...”. Quem vive assim, pode ficar certo que “JÁ ERA”.
Compromisso de hoje: Vou viver meus medos e dúvidas, e parar de só pensar sobre eles. Não existe outra forma de superá-los.
Abraços, bênçãos e SUCESSO!

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

BC Musical - Música para receber a Primavera


Acho que não tem música melhor pra esse tema do que "É Primavera" do Tim Maia! Então aí vai:


Conheça essa blogagem coletiva criada pela Dani Moreno do blog Moça de Família.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Ricardo Coiro - O amor não fica por misericórdia



O amor não fica por misericórdia, por falta de opção ou mesmo por não ter para onde ir.
O amor continua por desconhecer qualquer motivo para descontinuar e por ser totalmente incapaz de encontrar algum sentimento afiado o suficiente para rompê-lo. O amor não liga para o tempo que passa sempre com muita pressa e não se abala com o correr da carruagem que insiste em diariamente corroer nossos ossos. O amor simplesmente fica. Perdura. Não vai. Resiste à tentação atômica das muitas novas paixões, à destruição gerada pelo câncer imprevisível, à feiúra da pele cada dia mais enrugada e até ao ódio, que muitas vezes, involuntariamente, brota de dentro de nós.
O amor, do tipo verdadeiro, mesmo quando senhor ou senhora, não liga para falta de língua ou para o beijo rápido que já não lambuza mais como um dia lambuzou, pois de dentro de cada selinho desferido, ele transborda em forma de um quilométrico desejo de querer bem. É isso. O amor é mais que simplesmente amar. O amor é uma vontade incontrolável de querer bem. Seja pela mãe, pelo pai, pelo irmão, pelo cachorro, pelo marido, pela mulher ou por qualquer uma das tantas coisas que são inteiramente dignas de amar.
O amor, do tipo incondicional, não morre nem quando o corpo do outro morre, pois segue firme no olhar incompleto, que insistirá sempre em ancorar-se nas fotos tiradas quando ainda havia chance de tocar a ponta do nariz do ser amado.
O amor verdadeiro só para quando o coração de quem ama finalmente para.
O amor precisa de apenas um corpo com vida para existir.
--
Ricardo é um publicitário louco que escreve maravilhosamente bem e consegue mostrar bem em seus textos que é possível SIM ter muito romantismo sem perder a pegada. Vive entre o soco e o sopro. Morre de medo do morno e odeia caminhar em cima do muro. Acha que sensibilidade é coisa de macho e que estupidez é atitude de frouxo. Nunca recusou um temaki ou um café. Peca todo dia. Autor do livro Confissões de um Cafamântico.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Ricardo Coiro - Pelo fim das luzes apagadas

Você saiu da banheira de forma abrupta, de maneira acrobática aplicou um giro rápido de 180 graus e dirigiu-se ao banheiro fazendo um “Moonwalk” para que eu não pudesse olhar diretamente para sua bunda. Em um piscar de olhos, conseguiu esconder sua parte mais linda atrás de um desnecessário roupãoSim, eu sei que mesmo depois de alguns bons meses juntos, fodas bem dadas, garrafas de vinho extintas e nossos suores misturados, você ainda tem vergonha de mim e, infelizmente, não consegue livrar-se do medo que tem de expor suas características humanas aos meus olhos, não menos humanos.


Pois saiba que muitas vezes, priva-me de seus melhores ângulos, como se eu fosse um crítico ranzinza do programa Ídolos e, a qualquer instante, pudesse tirar do bolso uma placa contendo a nota 0, para assim reprovar-te, rebaixar-te e fazer-te sair do palco engolindo o choro. Quero que saiba, de uma vez por todas, que eu sempre aplaudirei seus passos ensaiados, mas que não deixarei de te amar, nem um pouquinho, nas tantas vezes que ainda irá tropeçar e cair como qualquer pessoa faz. Pelo contrário, vou sempre levantar-te pelos pulsos ou jogar-me no chão junto com você para rirmos da vida deitados no asfalto.
Porque gosto mesmo quando você foge do script e não percebe que está com a pontinha do nariz suja de sorvete.
Adoro quando nos teletransportamos da balada direto pra cama e quando lá te deixo sem forças até para tirar a maquiagem, pois no dia seguinte você fica linda parecendo uma panda de ressaca.
Quero que saiba agora, e não amanhã, o quanto eu te acho bonita mesmo quando faz careta.
Não tem ideia de como eu ficaria feliz se você, ao menos uma vez, relaxasse e soltasse a barriga enquanto comemos Doritos sentados e pelados em cima da cama. Eu não tenho nada contra as suas dobrinhas e espero também que não tema minha barriga cultivada à base de boêmia, bordas recheadas amanhecidas e ausências na academia.
É claro que te acho uma gostosa dentro daquele Babydoll preto, mas preciso realmente que saiba o quanto adoro te ver recheando aquela camiseta velha da sua formatura da terceira série.
Adoraria que você se esquecesse de pedir para apagar a luz e me permitisse devorar com os olhos cada canto seu – porque, afinal, se é com você que estou naquele momento, significa que é com você que quero estar. E que te acho linda do jeitinho que você é.
E é óbvio que aquele saltão me dá uma puta vontade de morder suas panturrilhas, mas peço que use mais vezes aquela sapatilha vermelha super confortável e sabe porquê? Pois tenho tesão também pelo seu bem estar e por saber que, na minha frente, em cima de mim, do meu lado e comigo, sente-se realmente livre para ser humana.
Não estou pedindo para você ir de mãos dadas comigo ao banheiro, nada disso. Peço apenas para despir-se de verdade, que remova não apenas as roupas, mas também essa desnecessária vontade de parecer perfeita.
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Ricardo é um publicitário louco que escreve maravilhosamente bem e consegue mostrar bem em seus textos que é possível SIM ter muito romantismo sem perder a pegada. Vive entre o soco e o sopro. Morre de medo do morno e odeia caminhar em cima do muro. Acha que sensibilidade é coisa de macho e que estupidez é atitude de frouxo. Nunca recusou um temaki ou um café. Peca todo dia. Autor do livro Confissões de um Cafamântico.

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